Letra de
O Vai e Vem do Carreiro

Carreiro vai, carreiro vem
Beirando matas, cordilheiras, campos e espigões
Na estrada azul dos matagais
Me acompanham passarinhos vindos dos sertões
No peito seu eu sei que tem
Seis bois puxando o carro triste do seu coração
E a saudade emparelhada com a lembrança
No amor a esperança, desespero e solidão.
(Carreiro vai, carreiro vem
Rodando só pelo sertão cantando assim
carreiro vai, carreiro vem
Na sua estrada de paixão que não tem fim.)
Carreiro vai, carreiro vem
Para bem longe do filhinho que ficou no lar
Bem cedo sai e à tarde vem
Deitar nos braços de chiquinha sempre a lhe esperar.
Solta sues bois lá no curral
Quando no mato surge o claro raio de luar
Pega na viola pra cantar sua poesia
Quando fora a brisa fria vem com ele duetar.
No vai e vem que o mundo dá
Vai o seu rastro rabiscando pedras e areiões
Nos riscos só, deixando pó
E o orvalho tremulando sobre mil botões.
Igual ao sol passa por nós
E a tarde deita no poente para repousar,
Solta a boiada de estrelas cintilantes,
Ruminando lá distante pelos campos com luar.