Tom: D
Introdução: G D7
D7
No meu canto não escondo
G
Vou dizendo de vereda,
D7
Sou brasa de labareda
G
E ferrão de marimbondo,
D7
Desde que o mundo é redondo
G
Não tem esquina nem canto!
D7
Amigos eu lês garanto
G
Quando este mundo acabar,
D7
Com certeza vai ficar
G
A verdade do meu canto!
D7
Meu canto guarda o estilo
G
Das fontes de geografia
D7
Quando o gaúcho nascia
G
Abarbarado e tranquilo
D7
Meu canto é o canto do grilo,
G
Dos tempos de antigamente
D7
Que pode ser estridente,
G
Mas jamais ultrapassado,
D7
Por que o canto do passado
G
É o bebedor do presente!
D7
Meu canto lembra o relincho
G
E sanga de pedregulho
D7
Meu canto lembra o mergulho
G
Da manada de capincho!
D7
Meu canto evoca o bochincho
G
Quando o candeeiro se apaga,
D7
Ali onde ninguém indaga,
G
Nem quem foi e nem quem é,
D7
Se é crioulo de Bagé,
G
Santana ou São Luiz Gonzaga!
D7
Canto que evoca o rodeio
G
E a ronda de uma tropeada
D7
E a velha gaita acordada
G
Resmungando num floreio
D7
Canto que lembra o rio cheio
G
E a clarinada de um galo
D7
Canto que adoça o embalo
G
De uma xirua que implora
D7
Que a gente não vá simbora
G
E desencilhe o cavalo...
D7
Canto de lida e serviço
G
Cheirando a chão de mangueira,
D7
Sovado uma vida inteira
G
Decerto mesmo por isso,
D7
Conserva aquele feitiço
G
Que nós todo conhecemos,
D7
Heranças que recebemos
G
E não se compra ou se vende,
D7
Por isso o povo me entende,
G
E todos nos entendemos!
D7
Há os que condenam meu canto
G
De cousas que já passaram,
D7
Dizem q muitos cantaram
G
E chega de cantar tanto,
D7
Contra isso eu me levanto
G
Sem procurar desafetos,
D7
Não se apagam com decretos
G
Heranças de todos nós
D7
Não vou matar meus avós
G
Pra ficar de bom com os netos,
D7
Não vou matar meus avós
G
Pra ficar de bom com os netos!