Todo poema que escrevo nasce do meio do trevo
Cresce cheirando a “aleli”
É potro de saltar em pelo é tropa donde o sinuelo
Só sabe voltar pra ti
Cada poema que eu penso é lenha pra um frio imenso
Manta de lã encarnada
Potro de deixar cinchando é um ponteiro chamando
Ao largo da tua morada
Desculpa, meu verso é rude nascido em tanta quietude
De tanto campo sem fim
Potro de levar de tiro ficou da tropa um suspiro
Escuta e lembra de mim
A poesia que eu componho dá pasto para o meu sonho
Limpa um poço de tapera
Potro de pegar no campo o meu aboio é o meu canto
Pra te lembrar como eu era
Cada poema que eu faço meio filho de mormaço
Meio irmão de cerração
Potro manso de garupa boiada pra reculuta
Extraviada em teu coração
Desculpa, meu verso é rude nascido em tanta quietude
De tanto campo sem fim
Potro de levar de tiro ficou da tropa um suspiro
Escuta e volta pra mim
Escuta e volta pra mim
Escuta e volta pra mim