Foi pras bandas do nordeste, anos 30 eu bem me lembro
No sertão de Pernambuco nascia o filho do vento.
Justiceiro e malvado foi vingar-se do passado,
Não é lenda, eu não invento tá escrito e aprovado.
A caatinga e o cerrado era o abrigo do sujeito
Bandoleiro não achava que ninguém feria o peito.
Uma moça muito linda resolveu seguir seu rastro
E lhe atingiu o peito e foi caindo em seus braços.
A rainha do cangaço entregou-se inteira
Na sobra da catingueira foi armando logo a esteira.
Maria Bonita, Virgulino Lampião,
isso não é lenda, foi lá pro sertão.
Lampião chegava cedo na capela do vigário
Sua benção meu padinho, hoje eu estou irado.
No sertão de Sergipe andava com seu cangaço
E Maria a companheira não lhe arredava o passo.
Sem hora e sem destino Virgulino pega a estrada
A pisunha suçuarana vai cruzando a malhada.
Mas na furna do Angico foi montada uma tocaia
Acredite meu amigo, tudo ali se acabava.
Uma história de amor entre o errante e a formosa
A bravura de uma fera pela moça foi domada.
Maria Bonita, Virgulino Lampião,
isso não é lenda, foi no meu sertão.