Quando cheguei nessa terra com uma mão na frente e a outra atrás
O corpo comprava briga a alma calmava paz
Meu companheiro de pensão vivia falando
Ochente, bichinho, cabra da peste
E eu retrucava uai, uai
Um chamava pela mãe, o outro gritava pai
Uai, bichinho, cabra da peste uai, uai, uai,
De manhã corria cada um prum canto
Procurando uma colocação
Um comprava o diário popular,
O outro lia o estadão
À noite notícias de casa novidades, saudades e beijos
A carta dele cheirava a jabá e a minha cheirava a queijo hã!
Domingo de manhã, o sol bem quente, a gente ia tirar fotagrafia
La no Ibirapuera, sabe "comé"??? eu de camisa bordada no bolso, sapato
Uma temporada meu parceiro foi passar na terra dele,
Voltou aperreado por que os meninos de lá tavam falando
Já faz muito tempo que eu to nessa terra
Muita coisa já ficou pra trás
Meu corpo cansado já não compra briga,
Mas a alma ainda pede paz
Meu companheiro de pensão
Até hoje fala ochente, bichinho cabra da peste
E eu continuo falando uai uai
Com as cacetadas desses anos todos
Eu fiquei mais velho que meu velho pai
(repete refrão)