Tentei achar um jeito certo
De tocar o que é errado
Mas ficou feio
Meio desafinado
Aí eu saí do compasso dela
Vendi o toyota, comprei uma magrela
Fechei uma porta, abri uma janela
Perdi a mulher, mas ganhei a costela
Tem certos dias em que se(cê) acorda
De acordo com a noite anterior
É só três quartos na carteira
E a cabeça explodindo de cor
Muita vida ganha é um caso perdido
Dinheiro decente na mão do bandido
Muito do que entra sai no outro ouvido
A memória curta, o dever não cumprido
Existem jogos perigosos
Que te botam numa ocasião
Onde quem não rouba é roubado
E ainda ganha fama de ladrão
É claro que nego dá tiro no escuro
É gente caindo no buraco duro
O verde indo embora sem ficar maduro
A vida apostando em ganhar no seguro
O alimento do espírito
É matéria de religião
O alimento da matéria
Foi esquecido na educação
Arroz com farofa feijão e lingüiça
Cacau, leite e açucar é arte suíça
Um vinho só pra celebrar a missa
A lata tá cheia de tanta preguiça