Não facilita morena
Que esse baio é redomão
Vem de bocal bem atado
Nas rédea firme da mão.
Apertei um basto novo
No cinchão da barrigueira
Pra fazer quase seis léguas
Desde de lá das "Cordilhera”.
Ganhei folga, é dia santo
Mas vim bem recomendado
Pra voltar segunda, cedo
Pois tem aparte no gado.
Apeiei lá nas Parada
Só pra compor os arreio
Pingo novo, pelas pedra
Tem que tocar com receio.
Cruzei, mas nem apeiei
Numa Estância Macanuda
Se eu não viesse bem montado
Eu pedia um pingo de muda.
Lá na cruzada do Arroio
Tirei o pó das mangueira
E acomodei minha estampa
Por que ainda é sexta feira.
(Refrão)
Vim de fora, me cuidando
Pois se "se pega” eu não caio
Mas vim cansando meus pulso
Querendo parar esse baio.
Comecei firmar na boca
Puxando "de vagarinho”
Veio só parar aqui dentro
No pátio do teu ranchinho.
Não deixo tu "dá uma volta”
Que ainda não tá bem manso
Quando voltar, mês que vem
Pelo buçal, eu te alcanço.
Falta só ajeitar da boca
Esse meu baio torena
Que se não firmo na rédea
Te atropelava, morena !
Minha estampa de fronteira
Ajeitei quando saí
Pra trazer esse baio oveiro
Que eu tô amansando pra ti.
(Refrão)