Eu vi Xingu jogar Timbó no rio
Vi Guarani caçar preá no mato
Eu vi Xavante de tambor pro céu
Pra chover no verde o velho tempo
Quando a cruz de vela açoitou
Trouxe a carne e o carneiro
Num navio negreiro
Sangue de preto
De santo de branco
De alma vermelha
Sangue de preto
De santo de branco
De alma vermelha
Eu vi pagé curar o mal da carne
Eu vi espingarda matar arco e flecha
Matar o mato pra fundar São Paulo
Vi bandeira entrar na mata
Quando a família chegou
Fez um quintal diferente
Batizar essa gente
Sangue de preto
De santo de branco
De alma vermelha
Sangue de preto
De santo de branco
De alma vermelha
Eu vi Zumbi quilombo dos Palmares
Gangazumba sambar sumir no mato
Quando capitão do mato passou
Fez que não viu agente
Da cruzada pra frente
Sangue de preto
De santo de branco
De alma vermelha