A fila não é Indiana Ela não é Americana Ela não é Africana Ela não é lá da Guiné Nem do Gabão A fila é do indiano Ela é do Americano Ela é do africano Ela é do cidadão Que sempre acorda Atrasado Pega fila no banheiro Escova os dentes No chuveiro E nem consegue se secar Todo molhado Na fila da padaria Fala depressa Preocupado com a senha Pois o número marcado Se aproxima no telão A vida passa e essa fila Que não anda Vista de cima, Pelas quadras serpentine Vista de noite, a calçada É o seu colchão Onde ela dorme Um sono agitado Um olho aberto Outro fechado Não dá mole pra furão :