Quebrando o silêncio
Sem perder tempo
Está tudo tão rápido
Tão rápido, tão rápido
Correm pra cá
Correm pra lá
Pra depois fixar
O olhar
No imenso vazio
Fixados
Na ficção feita
Levantam só
Pra despreguiçar
E a vida real
A passar
Pela janela
Eles se acham tão super
Tão super, tão super
Mas são artificiais
E a imagem confunde
A nova embalagem
Escondendo o conteúdo
Eles olham pra tela sem enxergar
Que a velocidade dos veículos
Está cada vez mais rápida
Que não conseguimos
Parar
Que não conseguimos
Pensar
Que não conseguimos
Parar pra pensar
Que não conseguimos pensar
E alguém mais próximo sorrindo me diz
Que pra gente se entender
Devemos seguir a nova novela
Depois que o jornal der a nota
Pro tamanho da nossa ignorância
E ganância
Que como a tecnologia não para de
Crescer de desvirtuar nossa
Virtude e artificiar o nosso natural
Com o controle
Em nossas mãos
E futuro a alguns quilômetros
Penso: Realmente
Educação é tudo
Mas ninguém comenta o preço
E grita pro mundo!
Que a TV assume o papel de Pilatos
E dá ao povo o que o povo pede
É
O que o povo pede