Medo da vida
Desconhecido
Nina Simone
No meu ouvido
Morro de atrevida não esmorecida
Sou como o rolamento mortal do crocodilo
Bravura pura em mais de 70kgs, independente da cor do meu vestido
Esconderijo creia.
Eu improviso veja.
Eu mesma faço a minha santa ceia. Corre sangue bom na minha veia.
Pacificamente violenta como aranha caranguejeira na teia.
E eu canto pra que eu nunca esqueça.
Pra que eu nunca esqueça
Burca: Marjane enxerga além desse viés
Lua guarda o segredo das marés
Nua da cabeça aos pés.
Luta. Um desafio pra fiéis.
Patriotismo, civismo, nacionalismo, xenofobismo, machismo, racismo.
Um abismo chama outro abismo.
Eu tô
To solta na vida
Eu tô
To solta na vida
Felicidades, planos pra virada do ano
Todo dia é novo eu vi a vida na terra tá se acabando
Nunca fui disso. Mas acredito.
De vez em quando eu medito.
Se existe destino eu não sei.
Axé não negocio. Nem sempre a morte chega com aviso.
Eu to ligada. Já conheci palma e vaia. E no cerrado asfalto é a minha praia.
Saúdo a planta e os animais. Sabedoria samurai
Eu sei que gentileza nunca é demais.
Há o que me deixa ainda emocionada. O vento. A saia. O vento subindo a
saia rodada.
A chuva que não pára. E a blusinha dela tomara que caia.
As arvores que contavam história arrancadas.
A casa da gente invadida pela enxurrada.
Sim, eu já vi. Se liga aqui, eu sobrevivi.
Sem pena. Só a caneta pra registrar o que eu não esqueci. Eu não esqueci.
Eu tô
To solta na vida
Eu tô
To solta na vida