Quero voar, não tenho asas; poesia, asa ritmada,
Vem e me acode, sacode o pó, me tira do chão!
Poesia, embrião, sou da terra, me devolve ao chão!
Me enraíza ao solo e o sol quero ver
Tão constante enquanto mudo, mu- do
E ao mudar a estação, e ao chegar o outono,
Ao caírem as folhas,
Lembrarei que fui sombra, flores, frutos
E um dia, serei lenha, boa madeira, talvez um teto, uma farta mesa,
Um violão, ou terminar como húmus, chão da nação que a- mo.