João Paulo era o filhinho da mamãe
Morava numa casa boa e antiga no floresta
Não azarava as piriguetes
E não ia ao shopping center
Se isolava em seu mundinho paralelo
Era bem tratado e a pão de ló
No quarto um frigobar com
danoninho e yakut , muitas guloseimas
suco de maracujá e a parede pintadinha de amarelo
mas num belo dia sua mãe lhe deu um computador
com internet banda larga pros estudos
era um mundo novo e na web se embrenhou
João Paulo já não era obtuso
O cara não queria mais saber de iogurte
Conheceu uma galera muito doida no orkut
Só tomava catuaba chegava de madrugada
Vomitando até os bofes pelo chão
Conheceu muitas garotas Virou fã do Sepultura
Tatuou no braço a imagem de um dragão
Sua mãe já não podia fazer nada
E pedia muitas bênçãos toda vez que ela rezava
Os anos se passaram e até pedrete ele virou
Se misturando a gente que não é do bem
Se sabia ou não sabia que sua vida desfazia
João Paulo não era mais nenhum neném
Ele só queria zoar
Viver 100 anos em dez, exagerou e aí já era
Deu um nó no noiadão
Se pudesse ele fumava ou até cheirava a terra