Letra de
Ritual De Campo E Milonga

A sombra grande da tarde desceu comprida mais lenta
Sobre o juncal dos açudes com suas águas barrentas
Da pobre rês desgarrada a dor escapa no berro
Sentindo fundo do quarto a marca quente do ferro
Homens arrastam esporas no entre e sai dos galpões
Cansados na desencilha pra um mate ao pé dos fogões
A palha boa pra o fumo pros lábios um gole de pura
E uma guitarra en las mãos onde a paixão e ternura
(Então o verso se arranca da guela vindo pra fora
E a alma doce se liberta meu sonho na mesma hora
E andar cantando pros outros com queixos de noite longas
Amor estago querência ritual de campo e milonga)
Int.
O tosador la no povo que vem pra sapra nos pila
Envelheceu já faz tempo mas não se cansa da esquila
Um lago de prosa mansa no campo a fora em estância
Interte o pouco da indiada montando os potros da estância
Mas quando chega o inverno com o frio vem o temor
E ate o coração mais bruto reclama a falta de amor
É quando as coisas da vida já não se ajeitam no tranco
E uma saudade de china desquina vindo do pranto