A bandeira do Rio Grande
vem tremulando na frente
um taura puxa o piquete
pata aberta, bem montado
Sombreiro negro tapeado
o olhar mirando lejos
num retrato gauchesco
o orgulho do nosso Estado.
O crioulo malacara
sabe o peso da forquilha
pelo de ouro que brilha
nesta manhã setembrina
Não sei se é lá da Faxina
do Carcáveo ou Sarandy
talvez do Upamaroti
mas desta Pátria Sulina!
O povo batendo palmas
reverencia um campeiro
fronteiriço brasileiro
legenda do pago antigo
Que negaceia o perigo
na lida de bois e potros
sem querer ser mais que os outros
que assim conserva os amigos.
Pelo garbo e o entono
carrega o sangue farrapo
descendência de índio guapo
estampa tradicional
Que traz o mundo rural
pra o povo, mesclando ânsias
o corpo de peão de estância
e a alma de um general!
O pañuelo maragato
esvoaçando no pescoço
e o gateado que é um colosso
troteia se abaralhando
Pala encarnado rimando
entre o pelego e o basto
verso com cheiro de pasto
trazido de contrabando.
(Ponte)
Dá gosto ver um gaúcho
e a cada dia me lembro
noutro vinte de setembro
mais entonado que um galo TOCAR
Hoje a mão que bota o pealo
levanta o pano sagrado
um pavilhão desfraldado
e o Rio Grande de a cavalo!
um pavilhão desfraldado
e o Rio Grande de a cavalo!