Eu fui um filho malvado
E por eu não ter pensado
Despachei meu pai de casa
O pobre velho se foi
Levando o couro de boi
Com o coração em brasa
Joguei meu pai no desterro
Quis em vida o seu enterro
Oh, que grande ingratidão
Eu jamais terei perdão
Depois que ele foi embora
Meu filhinho sempre chora
Com saudades do vovô
Ele pede papaizinho
Vai buscar meu vovozinho
Que daqui você tocou
E eu tendo procurado
Tive esta informação
Lá na barranca do porto
E o couro de boi no chão.
(INTRODUÇÃO)
Com o coração em pranto
Eu entrei no campo santo
E pedi pro diretor
Quero que faça uma laje
E na cruz bote uma imagem
De Jesus Nosso Senhor
Na pedra escreva que jaz
E que tão mal malvado sou
Quem está neste jazigo
Um simples couro de boi
Comprei um maço de vela
Fui acender na capela
Pro meu pai recomendar
Nesta hora vi um clarão
Dentro dele uma visão
Que parou no pé do altar
Era meu santo paizinho
Aqui estou não chores mais
Pelo muito que te amei
Pois um pai é sempre um pai