Meu amor, se você for embora
Vou morrer de tristeza e de desgraça
Vou enterrar meu dente na cachaça
Se você me abandonar
Te dei carinho, um nome e um lar
Um baita de um anel de grau
Um disco do Sidney Magal
E uma conta no Banco do Brasil
Quinhentos conto de perfume Jatobá
E um litro de licor de pequi
Um jegue importado do Iraque
E o sutiã da Jacqueline Onassis
Me lembro o dia em que nos conhecemos
Era domingo atarde na Praça da Sé
Você corria alegremente atrás dos pombos
E eu chupava o pauzinho do picolé, pois é!
Avançou do canivete pro paioco
E eu, nervoso, quase pisei no seu pé
Atravessamos o Viaduto do Chá
Fomos tomar pão molhado com café
Me dissestes que seus sonhos eram tantos
Conhecer Paris, Guarapari e Silvio Santos
Se envergonhava de ser uma lavadeira
Uma mãe solteira: "To be, or not to be "
És indigna! Laiá
Marvada! Lalaiá
Infusada!
Rapariga do Bonfim!
És indigna! Laiá
Marvada! Lalaiá
Infusada! Maltratada! Desgraçada!
Rapariga do Bonfim!
Mas agora que tens casa com jardins
Manicure, pedicure e curriola do Ibrahim
Bate a porta afora e diz que vai-se embora
Pelo não e pelo sim
Mas se queres ir embora para sempre
Me mate! Me mate! Me mate!
Porque viver sem você
Será um disparaaaaaate!
És indigna! Laiá
Marvada! Lalaiá
Infusada!
Rapariga do Bonfim!
És indigna! Laiá
Marvada! Lalaiá
Infusada! Maltratada! Desgraçada!
Rapariga do Bonfim!