No terreiro o samba é embalado pelo cheiro
Do tempero da dona Mazé na batida do pandeiro
Na palma da mão e dizendo no pé
Um partido alto altaneiro, oi
Solta o corpo e se embalança
E mostra qual é a sua herança
Quem não dança segura a criança
Do partido ao samba enredo batuqueiro não enrola
O batuque tem segredo quem tem medo vai embora
Nunca é tarde, nunca é cedo pro cavaco ou pra viola, oi
Bom sambista não se cansa faz da maré brava maré mansa
Êh madrugada êh madrugada
Êh madrugada êh madrugada
No meio da noite tu chegas
Regando o sereno nas pretas
Veneno pra quem quer amar
E quando começa o balé das canetas
É outra cabeça de samba
Que a gente precisa acabar na madrugada
Êh madrugada êh madrugada
Êh madrugada êh madrugada
Também traz o teu contratempo
Fumaça no ar , vai com o vento
No alto dá o gosto ao sabor ôh ôh ôh ôh
Um copo de gin ou licor
Na cabeça de um compositor
Que mais uma vez madrugou
Se abre e se fecha pro amor, madrugada