Quando eu morrer
Eu não vou querer fita rosa,
Amarela gravada com nome de ninguém
Não vou querer enterro na lapinha,
Nem ao menos padre pra dizer amém.
Abro mão da almofadinha e do paletó,
Além da batucada de bambas ao meu redor
Quando eu morrer, não quero choro, não quero vela,
Não quero adorno, não quero ela, eu não quero é ver
E pode ser que seja em breve, mas também,
Pode ser que isso leve mais de cem, vai saber
Quando eu morrer quero sossego,
Quero o eterno inteiro na presença de deus
Quero ouvir o cântico dos cânticos.
Quero tudo aquilo, que se prometeu
Pois, quando eu morrer,
Eu não vou poder me fingir de morto
Pra ver o que se passa
O meu café, minha cachaça.
Viro a cara pra essa vida como ela é
E para as novas paqueras da minha mulher
Quando eu morrer, eu não quero ver a hora,
Nem saber do dia, nem lembrar de aurora,
Nem comer Maria. Adeus ao prazer
E pode ser que seja em breve,
Mas também pode ser que isso leve mais de cem, vai saber
Quando eu morrer quero sossego,
Quero o eterno inteiro na presença de deus
Quero ouvir o cântico dos cânticos.
Quero tudo aquilo, que se prometeu
E Jesus prometeu coisa melhor