Eu sou um objeto paralisado As vezes vem alguém e toca no meu corpo Me acha frio, me acha escroto Não faço tanto e nem tão pouco Pareço um prisma sou quase oco Em cada ponta um brilho fosco Com uma visão de louco Eu sou um objeto empoeirado As vezes vem alguém e passa um pano em mim Eu sou um reflexo enviezado Alguns me acham abençoado Em cada sombra um condenado Eu não sou santo e nem diabo (nem diabo) Mas sempre estarei do lado Do teu incenso do teu cigarro De um jeito ou de outro Você vai me ver Já que eu não posso sair daqui Talvez eu possa cair Se alguém me acotovelar E a minha base se deslocar Aí eu vou mergulhar No teu chão me fundir Aí eu vou mergulhar Esse será o meu fim Andava como num deserto Você me olha Faz pouco caso de mim Só confia no seu olho Mas sempre estarei do lado Do teu incenso do teu cigarro De um jeito ou de outro Você vai me ver Já que eu não posso sair daqui Talvez eu possa cair Se alguém me acotovelar E a minha base se deslocar Aí eu vou mergulhar No teu chão me fundir Aí eu vou mergulhar Esse será o meu fim