Letra de
Pout Pourri de Viola

Quem tem mulher que namora
Quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato
Me chama que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato
Sua lavoura melhora
E o burro empacador
Eu corto ele na espora
E a mulher namoradeira
Eu passo um couro e mando embora
Tem prisioneiro inocente
No fundo de uma prisão
Tem muita sogra encrenqueira
E tem violeiro embrulhão
Pros prisioneiro inocente
Eu arranjo advogado
E a sogra encrequeira
Eu dou de laço dobrado
E os violeiro embrulhão
Com meus verso tão quebrado
Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em Minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho
Baiano não nasce burro
Gaúcho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta
É o brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito
Pra fazer outra Brasília
No estado de Goiás
Meu pagode está mandando
O Bazar do Valdomiro
Em Brasília é soberano
O repique da viola balanceia
O chão goiano
Vou fazer minha retirada
E despedir dos paulistanos
Adeus que eu já vou embora
Que a Paula ta me chamando
Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode, o baruio é certo
Não me namore tão descoberto
Eu sou casado mas não sou certo
Modelo de agora é muito esquisito
Essas mocinhas mostrando os cambitos
Cas canela lisa que nem parmita
Moça de hoje eu não facilito
Eu e minha mulher fizemos uma combinação
Eu vo no pagode ela não vai não
Sábado passado eu fui ela ficou
Sábado que vem ela fica e eu vou
Eu mais a minha mulher nois viu que nois não combina
Ela vai por baixo e eu vou por cima
Mais ultimamente isso ta um relaxo
Ela vai por cima e eu vou por baixo
Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As meninas dos meus olhos não tem boneca
A bala do meu revólver não tem açucar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do joão-de-barro não tem goteira
Mulher toma a sua linha
Eu sou seu marido
Tô vendo que você quer cair na gandaia
Você já não usa mais vestido comprido
Só quer sair pelas ruas de mini-saia
Este corpo bronzeado me dá ciúmes
Só que eu tenho direito de apreciar
Vira e mexe você bota essa mini-saia
E sai aí pelas ruas a desfilar
Tem gente mal encarada de olho gordo
Parada na redondeza só pra te ver
Até o vizinho da frente comprou um binóculo
E torce pra um vento forte soprar você
Mulher toma a sua linha
Eu sou seu marido
Tô vendo que você quer cair na gandaia
Você já não usa mais vestido comprido
Só quer sair pelas ruas de mini-saia
Eu fui na venda toma um pingão
Eu comprei arroz eu comprei feijão
Eu comprei açúcar comprei canela
Comprei um chicote pra bater nela
Vou comprar vestido pra mulherada
O modelo é bom e não custa nada
Na parte da frente pano não tem
E na parte de trás é assim tambem
Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo pingo de orvalho chora viola!
Caminheiro que lá vai indo, pro rumo da minha terra
Por favor faça parada, na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha, chorando o filho seu
Essa velha é minha mãe, e o seu filho sou eu
Ooooooooi, caminheiro, leva esse recado meu
Cachorro latiu, vou aprevenir
Ladrão de muié taí
Quem tiver muié bonita
Prepare as arma que tem
Cachorro latiu de noite
Ladrão de muié laivém
Namora muié casada
É ser muito atrevido
Dá uma olhada nela
E quatro, cinco no marido
Será que ele não tem medo
Da bala do trinta no pé do ouvido?
Muita moça me namora
Pensa que eu tenho dinheiro
Mas dinheiro eu não tenho
Mas sou um rapaz faceiro
Apesar de eu ser casado
Eu pulo o corgo, eu sou sorteiro
Se me vê com mulher feia pode crer que eu to doente
Se me vê de carro velho socorre que é acidente
Se me vê colhendo fruto eu já plantei a semente
Se me vê contendo história quem conta a história não mente
Se me vê de cara feia é que só tem cerveja quente
Numa rodada de truco o zap só sai comigo
sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Num jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar
Me transformo num menino quando me prega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo sou doutor sou campeão
Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás
Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Dragão de sete cabeças também mato e não aléjo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo
Ôoooi, vida margurada
Quanta dor que sinto neste momento
Em meu coração
Ôoooi, que saudade dela
Tomá um pingão
Ela foi embora, partiu pra longe e eu fiquei sozinho
Ela foi chorando, sentindo pena em me deixar
Qualquer dia deste fico de fogo e saio zuando
Onde ela mora juro por deus que eu vou morar
Eu fui na venda toma um pingão
Eu comprei arroz eu comprei feijão
Eu comprei açúcar comprei canela
Comprei um chicote pra bater nela
Vou comprar vestido pra mulherada
O modelo é bom e não custa nada
Na parte da frente pano não tem
E na parte de trás é assim tambem
Passa morena passa debaixo da verde rama
Passa morena passa debaixo da verde rama
Quando passada um suspiro
Quando suspira me chama
Vida triste é de quem ama
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
Toda vez que agente briga ela diz que vai embora
Aquela mala me assusta, pronta do lado de fora
Quando a gente quebra o pau, sempre eu fico e ela sai
Fico doido de saudade, ai eu bebo pa carai
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
De repente ela volta toda cheia de alegria
Nem parece que a gente brigou naquele dia
Eu boto a mala pra dentro e pra cama a gente vai
E depois de tanto love, ai eu bebo pa carai
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
Ai eu bebo, ai eu bebo, bebo pa carai
Bebo pa carai, bebo pa carai
Depois de uma semana em casa, quero um trenzinho diferente
Uma coisa mais novinha, dessas que anima a gente
Toda vez que eu dou uma volta, quando eu chego a casa cai
Outra vez aquela mala, ai eu bebo pa carai