Sou um Porto sem mar onde as folhas forram o chão,
nessas ruas andei, andei fui em busca da canção.
Nos trilhos dessa vida, rabisquei a minha estrada
entre os lírios desses campos que vivi.
Olhando da sacada, vi dos olhos minha Madre
derramar um pingo d'àgua no jardim.
Foi no mar, foi na areia que viví você
foi no céu, nas estrelas, no girar de um carrossel.
Nesse rio eu naveguei, entre velas aprendí
que o destino é um só, fui em busca da canção.
em tempos de varanda, ainda guardo na lembrança
a harmonia do tiê e quem não ouviu?
Num Porto sem navio, vou contando a minha história
nos meus versos pelas ruas do Brasil.