Recompor o vão dos nossos passos
Entre mãos noturnas teu retrato
O que meus olhos não consolam mais
Pois deixei o velho chão com lágrimas
Hoje trouxe o pó da velha estrada
Trouxe os calos sobre minhas palmas
Cansadas sim, porém ainda ternas
Sobreviventes entre tantas pedras
Não podemos juntos caminhar
Esculpindo rugas com punhais
Hoje pés descalços atravessam os quintais
E se hoje voas e eu me alço mais
É porque te amo assim com asas
Já livre enfim das mágoas
Desancoramos um ao outro em paz
Desancorados somos inda mais
Desancoramos um do outro em paz