Viajei de madrugada, na minha besta bainha
Fui numa festa do peão, na Fazenda Lagoinha
Pertinho de Porto Alegre, eu cheguei lá de "tardinha"
Fazendeiro Zé Valente, "Famia" da gente minha
Soltei a mula no pasto, depois de dar um repasso
Dei um volta na sala, soltei meu peito de aço
Vi uma gaúcha trigueira, fiz um verso no embaraço
Quando repiquei a viola, ela caiu no meu braço
Eu falei em casamento, me respondeu com frieza
Não me caso com violeiro, eu tenho muita riqueza
Sou rainha do gado, sou rica por natureza
Só gostei da sua viola, desculpe minha franqueza
Respondi no pé da letra, sou lá de Minas Gerais
Tenho garimpo e diamante, sou um grande industrial
Sou dono de muita terra, crio boiada em Goiás
Eu compro sua fazenda, e todo o seu credencial
O povo bateu palma, é isso mesmo "rapaiz"
Ela perguntou meu nome, eu só dei as iniciais
Ela me abraçou chorando, apresentando seus pais
O prazo do casamento, violeiro é você quem faz