Letra de
Os Silêncios da Janela do Povoado

Era um fim de dia quieto
Para quem quisesse ouvi-lô
Alguns mateavam tranquilos.
Foi quando cascos nas pedras
E constâncias de esporas
Quebraram o calmo das casas
Chamando olhares pra fora.
Iam adentrando o povoado
Quatro homens bem montados
Três baios de cabos-negros
Bem à direita um gateado.
Ponchos negros sobre os ombros,
Chapéus batidos na face
Silhuetas desconhecidas
Pra qualquer um que olhasse.
Traziam vozes de mandos
Nas suas bocas cerradas
Olhavam sempre por perto
Até mirarem um "ranchito"
Onde um apeou solito.
Primeiro um rangido fraco
Depois um grito "prendido"
Tinha mostrado sentido.
E os quatro em seus silêncios
Voltaram no mesmo tranco
Deixando junto a soleira
Vermelho num lenço branco.
Era mais um que ficava
Depois que os quatro partiam
Por certo embaixo dos ponchos
Algum mandado traziam.
Traziam fios de adagas
E silêncios pra entregar
-era um gateado e três baios
Foi o que deu pra enchergar!!
Ninguém sabe, ninguém viu
Notícias viram depois.
Alguém firmava na adaga : (2x)
Só não se sabe quem foi.
E o povoado segue o mesmo
Dormindo sempre mais cedo
E silenciam por medo!