Letra de
Ontem, Ao Luar

Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calma assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágrima nos olhos a sofrer.
A dor da paixão não tem explica ção,
É mister sofrer pa-ra se sa-ber
o que no peito o cora-ção não quer di-zer. 50 64 63
Pergunta ao lu-ar, travesso e tão ta-ful,
de noite a chorar na on-da to-da azul.
Pergunta, ao lu-ar, do mar à can-ção,
qual o mistério que há na dor de uma paixão.
Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calma assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágrima nos olhos a sofrer.
Se tu de-sejas saber o que é o amor
e sentir o seu calor,
o ama-ríssi-mo travor do seu dulçor,
so-be um monte á beira mar, ao lu-ar,
ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar.
Ouve o silêncio a falar na so-lidão
de um ca-la-do co-ração,
a pe-nar, a derramar os prantos seus.
Ou-ve o choro pe-renal,
a dor si-lente, universal
e a dor maior, que é a dor de Deus.
Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calma assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágrima nos olhos a sofrer.