Era uma casa à meia sombra,
De janela a meio palmo,
A mais estranha do lugar.
Era um senhor de meia idade,
Meio avesso à vaidade.
Nunca alguém ouviu falar
Há quanto tempo já vivia ali,
E como ali apareceu.
Há quem jurasse se tratar
De uma alma que do além se perdeu.
Sempre à sombra da janela,
Muito bem acompanha do,
Por suposto, uma donzela.
E todo mês, era visitado
Por um jovem protetor.
Tão caridoso,
Sustentava o tal senhor
Que tinha pouco tempo
Pra sentir uma alegria,
Pois logo o jovem partia,
Inda levava o seu amor.
Intrigante era o fa to,
Que antes do sol raiar,
Entre carícias e bons tra tos,
Um novo amor estava lá.
Foi-se passando o tempo
Até então se revelar
Toda a verdade de um segredo
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Um pobre cego,
"Grande Mestre Escul tor",
Era o dono do sucesso
De seu jovem prote tor.
Bastou chegar a morte,
E toda glória
Sorriu pro tal senhor.