Ó
Como um cego no seu nó
Nunca sei o que é que há
Quem é meu, onde eu tô
Fui parar num bairro líquido
Onde a chuva sem ser sonho
Foi subindo até o pescoço
E afogou cada pedaço
Ó para mim é
Dia claro
E eu tirava fora um olho
Sem trair minha visão
Encontrava meu irmão
Nas entranhas do meu cão
Sem sonhar o sonho rosa
Dos otários do tesão
Fala
Um ódio novo
Ouve
Um ódio novo
Olha
Um ódio novo
Óóóóóó
Ai!
Esses corvos que copulam
Esse chatos que copiam
Cara
Um ódio novo
Peito
Um ódio novo
Nuca
Um ódio novo
Óóóóóóóó