Letra de
O Primeiro Segundo

No peito guardo um gelo seco
Deus encosta o dedo e crava o amor
No pulso um surto após o susto
O primeiro segundo e um sopro a favor
Na nuca um arrepio frio
Que desnorteia o tino e clama por calor
Na língua um gosto meio amargo
Meio azedo e o lábio anseia por sabor
Nos ombros carrego a lembrança
Feita a ferro e fogo, dor que evaporou
Nos olhos receio e esperança
Como um lança-chamas contra um extintor
Na palma a paz de espírito
O sossego na alma de um sonhador