Da casa grande ao galpão
Entre a quinta e o arvoredo
Harmonizaram um segredo
Contrariando a razão
O amor negou o fato
De o domador ser mulato
E ela filha do patrão
No passo da primavera
O pecado escondido
Avolumou o vestido
Da sianinha linda flor
Movido pela desonra
Três almas foram compradas
Bem na boca da picada
Tocaiaram o domador
Refrão
Negou render-se ao silêncio
Refirmando a palavra
Terciando o cabo da adaga
Peleando com os três mandados
E o patrão ali plantado
Quando o mulato tombou
Lastimado murmurou
Que a morte seja bem vinda
Pois não tem morte mais linda
Do que morrer por amor
O sopro do fim de tarde
O vento parece dedos
Acariciando em sossego
A melena do pecado
Brincando sempre calado
Na sombra do arvoredo
Parece ouvir segredos
Que o tempo nunca contou
E nem ele faz esquecer
Da sombra do mesmo ipê
Que a sianinha se enforcou