Letra de
Num Trancão de Acordá Os Galos

Mal cruzava o meio-dia
Num ranchito de fronteira
Se escutava a três ilheira
Num tranquito compassado
O remédio batizado
Que suava na caneca
Num envido pra quem peca
De se parar emborrachado
De vez em quando
De vez em quando um valseado
Fazendo senta a poeira
O cabide a carneadeira
Pro mango e a espora prateada
E eu não refugo
Eu não refugo bolada
Se vem eu meto com jeito
Já saio empurrando o peito
Que nem lagarto em baixada
E a noite se vem tranquila
No mesmo som do gemido
Fedendo a charque fervido
Já preparando a paleio
E a véia pede um floreio
Se resmungando na oreia
Num romance que incendeia
Como pavio de candeeiro
Lá de fora chega um grito
Quase beirando pra um susto
Um quase virou defunto
Rompendo a tampa da crista
Não se achava o motorista
Que fumegava um lambido
De charla bem entretido
Dando uma boia pras vista
Quaje atorando
Já Quaje atorando a noite
E os troco se terminando
Muda o gaiteiro pra um tango
E a veia campeou um regalo
E um golpeando
Um golpeando no gargalo
De se encharcar os bigode
Não se sabe bem quem pode
Chorar quando acorda os galo.