Por sobre a floresta amazônica, o meu destino de cantador.
Somália, Angola, Brasil, terceiro mundo, a mesma cor.
Eu penso que o homem exala seu cheiro de chão
se ele é o fruto e a raiz, tem a luz da paixão
e finca o pé qual adubo e o seu coração procria.
Meu pai tem no riso, um rio de esperança revelador.
Minha mãe não esconde no olhar desesperança revela a dor.
Mas ponho na boca um gosto de cupuaçu,
meu hálito cruza o país de norte a sul
e sinto o prazer de saber que eu sou e o que sou pro mundo.
Você sabe dançar e cantar o carimbó? Eu sei!
A baía mais linda que há é a do Guajará,meu bem.
É gostoso poder navegar, te cantar e reverenciar
nas esquinas de outra cidade, nos cantos da vida
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não!
Eu trago a coragem na voz, Mestre Lucindo é cantador.
Mangueiras resistem ao tempo e ao universo devastador.
O bosque "Rodrigues" não é a Lagoa do Rio,
mas nele a vida habita, engravida no cio.
O índio caboclo semeia segredos de amor, ainda.
O mundo percebe teu significado, o teu valor,
respira teu medo e grita o teu perigo avassalador.
Eu quero poder compreender e viver mais além,
tomar tacacá numa tarde da bela Belém,
viver teu calor, ir à praça e poder cochichar com a chuva.
Você sabe dançar e cantar o siriá? Eu sei!
Este aqui não é o Rio de Janeiro, mas é o Rio Guamá, meu bem.
Vai ter show hoje no Preamar, tem a feira pra tapiocar.
Vou chegar em São Paulo e brincar com o velho Bixiga
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não peguei o Ita!
Não!