Letra de
Não Dou Sangue Pra Mutuca

Botei meus panos de festa tapeei meu chapéu na testa
De beijar santo em parede
Enchi meu cantil de canha comi uma colher de banha
Pra mode provocar a sede
Dei de mão na “oito soco” e assim, num trancão de louco
Saí procurando farra
Total, eu não tenho dona, me casei com essa cordeona
A nunca mais parei em casa
Total, eu não tenho dona, me casei com essa cordeona
A nunca mais parei em casa
(Sou igual lebrão, meu parceiro, sesteio de olho aberto
Não sou piá, mas ando esperto e sei desarmar arapuca
O modismo não me assusta, sou espinho de japecanga
Não dou pescoço pra canga e nem dou sangue pra mutuca)
Tô mouro, mas sou pau ferro, vou na coxilha e dou um berro
Paro rodeio solito
É bom chegar com jeitinho, não te engana, que o véinho
É só tutano nos cambítos
Toco milonga e rancheira, valsa, bugio e vaneira
Chote com cheiro de mato
Sou amigo dos amigos e quem não se der comigo
Te garanto que é caco
Sou amigo dos amigos e quem não se der comigo
Te garanto que é caco
Quando chego num fandango, já entro me chaqualhando
Abro a gaita e dou um floreio
Saio empurrando a peiteira e a goela da botoneira
Rachando o salão no meio
De vez em quando, dou uns “grito”, porque eu acho bonito
Quando o fandango se embala
Por ser flor de debochado, num trancão de piá emburrado
Vou riscando o chão da sala
Por ser flor de debochado, num trancão de piá emburrado
Vou riscando o chão da sala