Já nem sei onde anda minha morada
Naquela estrada, com certeza, não está mais
Um devaneio, essa distância, essa lonjura,
Tanta amargura, o meu rancho se desfaz
Eram varandas onde mateava esse peão
Recordação dessa morada companheira
O chão marcado de resplendor matutino
Em meu anseio está gravada a dor matreira
Tempo bandido, que leva tudo pra longe,
Aquilo tudo, junto a mim não mais surgiu
Queria ao menos ter um pedaço da querência
E que a ausência voltasse pra onde partiu
Quando me lembro das noites estreladas
Como estrelas, meus olhos brilham de saudade
A poeira cobriu com saga o velho rancho
E o coração terá pra sempre a eternidade
Porquê partiste numa tarde calorosa
Eras o sol que me aquecia o coração
Eras o ser que me abrigava do infinito
Ser tão bonito, minha sede de emoção.
Como é saudoso não ter o que se quer bem
Eu é que sei o quanto dói a solidão
Me bastaria tê-lo de volta ao meu lado
És tão amado, velho rancho, coração.