Ai que vontade
De ouvir de novo
Hoje não se faz
Parece até que a sensibilidade
Não existe mais
Me dói saber
Que alcançaram sucesso na vida
Usaram tanto o sertão
Como estória
E hoje na memória ficou esquecida
Ai que vontade
De ouvir agora o som da viola
Do pagode bom
E das guarânias que a gente arrepia
O som na magia do acordeon
Cade o tal do cantar de verdade
Com simplicidade, alma e coração
Apaixonado pela natureza
Cantava belezas deste meu sertão
Quanta saudade da terra tombada
Do cafezal em flor
E o cantar triste da siriema
Que já foi o tema de canções de amor
Até a linda colcha de retalhos
Serviu de agasalho
Já não lembram mais
A mãe de leite de filho presente
Hoje ninguém sente
A falta que ela faz
Ai que vontade
De ouvir agora o som da viola
Do pagode bom
E das guarânias que a gente arrepia
O som na magia do acordeon
Já não se lembra o velho candieiro
Que foi o primeiro
Rei do estradão
Eu agradeço
Progresso que vejo
Mas o sertanejo
Ainda é sertão