Letra de
Mágoa de boiadeiro

12 13 15 17 17 17 17 19 19 19 19 15 15 15 15 / 110 110 110 110 13 13 17 17 15 15 13 13 12
Antigamente nem em sonhos existiam / Tantas pontes sobre os rios nem asfalto nas estradas
A gente usava quatro ou cinco sinoeiros / Prá trazer os pantaneiros pro rodeio da boiada
Mas hoje em dia tudo é muito diferente / O progresso nossa gente nem sequer faz uma idéia
Que entre outros fui peão de boiadeiro / Por esse chão brasileiro, os heróis da epopéia.
Tenho saudades de rever nas currutelas / As mocinhas nas janelas acenando uma flor
Por tudo isso eu lamento e confesso / Que a marcha do progresso é a minha grande dor
Cada jamanta que eu vejo carregada / Transportando uma boiada já me aperta o coração
E quando eu olho minha tralha pendurada / De tristezas dou risadas prá não chorar de paixão. (Intro)
O meu cavalo relinchando pasto afora / Certamente também chora na mais triste solidão
Meu par de esporas, meu chapéu de aba larga / Uma bruaca de carga, um berrante e o facão
O velho basto, o meu laço de mateiro / O polaco e o cargueiro, o meu lenço e o gibão
Ainda resta a guaiaca sem dinheiro / Deste pobre boiadeiro que perdeu a profissão.
Não sou poeta, sou apenas um caipira / E o tema que me inspira é a fibra de peão
Quase chorando meditando nesta mágoa / Rabisquei estas palavras e saiu esta canção
Canção que fala da saudade das pousadas / Que já fiz com a peonada junto ao fogo de um galpão
Saudade louca de ouvir um som manhoso / De um berrante preguiçoso nos confins do meu sertão.
Cifrada por Roberto Guimarães e Roberto Crescioni - [email protected]