No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola,
Nasceu no Brasil, Quilombo e quilombola, E todo dia, negro fugia, juntando a corriola.
De estalo de açoite de ponta de faca, E zunido de bala,
Negro voltava pra argola, No meio da semzala.
E ao som do tambor primitivo Berimbau maraca e viola,
Negro gritava Abre ala Vai ter jogo de Angola.
Perna de briga, ( Camara ) Perna de briga, Olê
Ferro de fura, ( Camara ) Ferro de fura, Olê
Arma de atira, ( Camara ) Arma de atira, Olê Olê
Dança guerreira, Corpo do negro é de mola,
Na capoeira. Negro embola e disembola
E a dança que era uma dança para o dono da terra,
Virou a principal defesa do negro na guerra, Pelo que se chamou libertação,
E por toda força coragem, rebeldia, Louvado será tudo dia
Esse povo cantar e lembrar o Jogo de Angola, Na escravidão do Brasil