Quando não há luar
Ventos vêem sussurrar
Medo e calafrio
Singram o remanso do rio
O sobrenatural brota das águas
Ipupiara, a criatura encantada
Traz a dor e temor
A quem profanar sua legião
Vem caçar e flechar
Muito além da imaginação
Homem-peixe gigantesco
Que emerge das profundezas
Semeando agonia e desespero
Flechando alma das caboclas
Guelras de tucunaré
Mandíbulas de tambaqui
Ferrão de arraia
Escamas douradas de aruanã de aruanã
Seus olhos refletem nas águas
Seu arco é espinha de prata
A criatura flutua e avança sobre o mureru
Caboclos evocam mãe d’água
Então a bela amansa a fera
E adormece em paz
Na Atlântida Amazônica
Ipupiara, Ipupiara
A fera encantada do fundo do rio
Ipupiara, Ipupiara
A fera encantada do fundo do rio