Letra de
Inacabada

Os ponteiros do relógio se arrastam
Mas o tempo, passageiro
Passam os dias, passam as horas
Mas não passa o que anseio
Não tenho certeza do amanhã
Mas tenho certeza de que a bateria do relógio não vai durar
Quero a manha do que é durável
(Do amor, sem restos, sem retalhos, apalpável)
E quero, e tanto, e terei
Que entre anseios, bate um coração atropelado
Pelo dia que parece um ano inteiro
E vivo, e sonho, e acordo
Só para não deixar de existir
De viver desta inquietude
Que me inquieta e me irriquieta
Penduro o passado no quadro da memória para apreciar quando der tempo
E se tiver, porque o tempo também não me pertence
Não posso bater o martelo e reformar minha própria história
Para que caiba o que não me pertence dentro dela
Pago com a vida, os sonhos que deixei de carregar no bolso
Onde o tempo é passageiro
Eu sou tudo, e sou nada
Sou apenas, uma obra inacabada