Se de cima vemos de baixo
Menina com laço, menino correndo, gelo a derreter
Teremos um dia sem ser um pedaço
Sem brinco, sem vela, sem barco, sem ter
Ser o Sol minha janela e a Lua o meu tendão
Ser asa ser pato, ser canto e sapato
A língua do vento que vem nos soprar
Dizendo que um dia recebeu flores de alguém que não era um rei
Olhou para dentro e meio sorrindo descobriu o que é sufocar
E viu que as flores não estavam caídas, era ele quem ia de encontro ao sol
Ficou tão feliz por não ter cortina pois ali sorria um girassol
Que dizendo adeus voava pra baixo brincando com terra e criando raiz
Até gota d'água que estava tremendo no meio da nuvem veio desaguar
Na queda há subida, não é o fogo que queima e por fim é a terra que lava o lençol
Ser mais peixe do que vara, que linha, que isca, chumbada e anzol