Quem me ensinou a sorrir
Não me ensinou a viver assim
Tão só, tão farto de si
Tão seu, tão pó
Tão longe de mim
Sem luz, sem cor
Quem me ensinou a sonhar
Não me ensinou a esquecer alguém
Sem dor, sem medo de ser
Sem ter amor
Sem quem pertencer
Só céu, só ar
Só flor, só mar
Secar a raiz
De um amor
Que sem razão brotou
Abre essa porta
E deixe ela entrar
Fez tanta gente sofrer
Mas seu brilho ficou
Gosto de mel
Sorri e faz reviver
Quem me ensinou a sentir
Não me ensinou a fugir
Assim tão já,
Tão longe daqui
Sequer sem ter noção de seguir
Pra onde houver um som
Um cais, um pouco de sol
Calor, ternura, sopro e paz
Abre essa porta e deixe ela entrar
Fez tanta gente sorrir
Mas no peito guardou
Fogo e punhal
Dona de histórias de dor