Às vezes eu olho as estrelas e imagino se há algo além
Penso que sou uma poeira do espaço e nas coisas que não vivo sem
Tantos livros, jornais, minhas músicas, todo o mais, tudo me parece um só
A maldade despenca, e isso é uma pena, pois no fim tudo chega ao pó
A canção de ninar já se perdeu no ar e os mistérios continuam aqui
Algo pra se pagar, a calota polar, quase tudo permanece aqui
Eu não quero mentir, gosto de reclamar e às vezes até mesmo do sol
Mas às vezes também penso que a mente é uma ilha e no fim cada um está só
Eu queria ir pro mar, mas o petróleo está na água
Não tem selfie na Amazônia, com a mata atolada
Minha paz é terra seca logo depois da queimada
O amor é uma moeda que está inflacionada
E eu só posso canta-a-ar
O que vier na cabeça
Eu só quero canta-a-ar
Até que o dia amanheça
Eu vou cantar