Primeiro estenda o xergão
Com suas tropilhas de pêlos
Da sobra de algum novelo
Teceu a china Ramona
Agora é vez da carona
É couro cru bem sovado
E em muitos pousos de tropa
Já fiz de mesa pro assado
Agora "sentemo" o basto
Esse é quatro cabeça
Por mais feio que pareça
Tem suas léguas de invernada
E a barrigueira esta atada
Com látego ao travessão
-Pode dar mais um tirão -
Pra firmar bem essas garras
Estendemos dois pelegos
"Pretuscos" qual noite escura
E a badana com gravura
De iniciais do seu avô
Esta trama? É o cinchador
Agarrado à sobre-cincha
Redonda qual lua cheia
Que vem dormir sobre a quincha
Faltou a mala de poncho
O rabicho e a peiteira
Mas de todas tuas encilhas
Esta recém é a primeira
Só vamos "sampar" o freio
Com qualquer uma das mãos
Safa a crina do alazão
Apertada com a testeira
Assim se vamo pra o campo
Eu e tu meu patrãozinho
Esta flor esconde espinho
Esta aqui é o bem-me-quer
Já desfolhei por mulher
Que tanto me virou o rosto
Talvez Um dia "te conto"!
Quem sabe um dia qualquer