Meu amor não tem limites
meu ódio também não tem
Rebenqueada pelas mágoas
só quero quem me quer bem
sei que sou meio selvagem
mas que culpa tenho eu
de tantos golpes da vida
muito de mim se perdeu
eu me fiz dona de Auroras
na madrugada a cantar
dois olhos negros pousaram
no meu desejo de amar
olho as estradas sem rumos
e os corredores sem fim
vejo tua boca macia
sempre chamando por mim
vejo tua boca macia
sempre chamando por mim
Navego na sombra mansa
de tempestuosa existencia
rola no canto das águas
Eco de Eternas Ausências
durmo sobre as ribanceiras
na encostas dos laranjais
me desperta a luz da aurora
toda molhada de aes
ficam dormindo nas margens
de madrugadas perdidas
uma tropilha de sonhos
turvando as aguas da vida
janelas cheias de estrelas
abertas para os caminhos
são trevas quando procuro
os rastros dos teus carinhos
trago a minha ternura
nesta cantiga macia
teu amor era tão puro
que a própria aurora queria
teu amor era tão puro
que a própria aurora queria.