Garçom
Olhe pelo espelho
A dama de vermelho
Que vai se levantar
Note, que até orquestra
Fica toda em festa
Quando ela sai para dançar
Essa dama já me pertenceu
E o culpado fui eu da separação
Hoje, choro de ciúme
Ciúme até do perfume
Que ela deixa no salão
Garçom, amigo!
Apague a luz da minha mesa
Eu não quero que ela note
Em mim tanta tristeza
Traga mais uma garrafa
Hoje vou embriagar-me
Quero dormir para não ver
Outro homem te abraçar
Gosto quando sua mão
Vem passear no meu corpo
Atrevida me assanha
Me atiça, me arranha
Me deixando quase louco
Gosto quando seu olhar
Quer te ver dentro do meu
Minha pupila dilata
Num segundo ela relata
Que o meu amor é seu
Só sei que você faz
De um jeito assim
Que alguém jamais
Tirou de mim
O puro mel
Que eu guardei para adoçar
O fruto especial
Só sei que você dá
Tudo que tem
Igual a você
Não há ninguém
Um alto astral
Te amar é um bem
Que apaga qualquer mal
Esta noite
Eu queria que o mundo acabasse
E para o inferno o Senhor me mandasse
Para pagar todos os pecados meus
Eu fiz sofrer a quem tanto me quis
Fiz de ti meu amor infeliz
Esta noite eu queria morrer
Perdão!
Quantas vezes tu me perdoastes?
Quanto pranto por mim derramastes?
Hoje o remorso me faz padecer
Esta é a noite da minha agonia
É a noite da minha tristeza
Por isso eu quero morrer.