Enquanto eu viajava pelo sertão afora O meu amor ficava em casa a preparar Um novo coxinilho para a próxima viagem Dormindo sobre a rede como era bom sonhar Com fios de algodão por meu amor trançado Meu novo coxinilho ficava bem macio Pra ser a minha cama a sombra de um coqueiro No chão de alguma estrada, a beira de algum rio Coxinilho, meu leito de algodão Coxinilho, venha forrar meu chão! Me lembro de uma vez dormindo sobre ele Na confusão do sonho me sentia um rei Com toda a criadagem rodeando o meu castelo Eu vi que era verdade na hora que acordei Eu era o rei da estrada e via nas alturas Um exército de estrelas sobre em mim marchar Seus raios pareciam milhares de soldados Batendo continência na praça do luar Dê um simples boiadeiro ao dono de um império Na não existe diferença se a gente pensar bem O rei dá suas ordens igual a um boiadeiro Que ao som de um berranteiro as ordens dá também! Depois de uma noitada eu dobrava o coxinilho Por sobre o meu areio saía no estradão Atrás de uma boiada cantando ia embora Sentindo nesse hora ser o rei do sertão!