Quando as cinzas da quarta se tornarem brancas,
Quando as notas das falas se tornarem brandas
Eu deixarei que minha voz descanse sobre o acorde do silêncio.
Mas, enquanto as armas estiverem prontas e os olhares altivos revelarem afrontas
Eu colocarei a minha voz sobre o acorde da coragem.
E cantarei o sonho de extinguir a guerra, romper as cercas, libertar a terra
Despejar no mundo cores de aquarela, preparando a vida pra outra primavera
E cantarei o sonho de colher milagres e ver romper da terra inúmeros altares
Pra derramar no mundo cores de eucaristia que semeia a noite para florescer o dia.
Quando a fome dos pobres for só de beleza,
quando a chama da paz já estiver acesa
Eu deixarei que minha voz descanse sobre o acorde do silêncio.
Mas enquanto as retas estiverem tortas e a morte insistir em manchar as portas
Eu colocarei a minha voz sobre o acorde da coragem.
E cantarei o sonho