Deixou a marca dos dentes dela no braço
Pra depois mostrar pro delegado
Se acaso ela for se queixar da surra que levou
Por causa de um ciúme incontrolado
Ele andava tristonho guardando um segredo
Chegava e saia, comer não comia e só bebia
Cadê a paz
Tanto que deu pra pensar
Que poderia haver outro amor
Na vida do nego pra desassossego
E nada mais
Seu delegado ouviu e dispensou
Ninguém pode julgar coisas de amor
O povo ficou inteirado do acontecido
Cada um dando a sua opinião
Ela acendeu muita vela
Pediu proteção, o tempo passou
E ninguém descobriu
Como foi que ele se transformou
Uma noite, noite de samba
Noite comum de novela
Ele chegou pedindo um copo d'água
Pra tomar um comprimido
Depois cambaleando foi pro quarto e se deitou
Era tarde demais quando ela percebeu
Que ele se envenenou
Seu delegado ouviu e mandou anotar
Sabendo que há coisas que ele não pode julgar
Só ficou intrigado quando ela falou
Que ele tinha mania de ouvir sem parar
Um samba do Chico falando das coisas do dia a dia