É claro que eu quero o clarão da lua
É claro que eu quero o branco no preto
Preciso, precisamos da verdade nua e crua
Mas não vou remendar nosso soneto
(Batuco um canto concreto pra balançar o coreto)
Por enquanto o nosso canto é entre quatro paredes
Como se fosse pecado, como se fosse mortal
(Segredo humano pro fundo das redes
Tecendo a hora em que a aurora for geral)
Por enquanto estou crucificado e varado
Pela lança que não cansa de ferir
"Hello, bandidos! (Bang!) É hora de fugir!"
Mas quando o canto for tão natural como o ato de amar
Como andar, respirar, dar a vez à voz dos sentidos
Virgem Maria, dama do meu cabaré
Quero gozar toda a noite sobre tus pechos dormidos
Romã, romã quem dançar, quem deixar a mocidade louca
Mas daquela lourucra que aventura, a estrada
E a estrela do amanhã e aquela felicidade - arma quente
(Quem haverá que aguente tanta nudez sem perder a saúde?)
A palavra era um dom, era bom, era conosco Era uma vez
Take it easy, my brother Charles, Anjo 45)
Tá qualquer coisa meu irmão
Mas use o berro e o coração
Que a vida vem no fim do mês