Olhar fixo pro umbigo
Tão aéreo, cansativo
Sempre em fila de espera
Quando eu abria a janela
Eu fechava a cortina
E depois os meus olhos
Óleo, porta e dobradiça
Pra não sentir quem entra
Não ver quem aterrissa
Brisa que empurra a cortina
Põe luz no véu dos olhos
Ergo o véu e devolvo
O brilhante pra fora
Que me obriga a ver frentes
A ver medo de gentes
Adiar daqui a pouco
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de coco
É um oco retiro
É um disparo, é um tiro
É um tiro no escuro
Muros, cinco sentidos